Hoje (31/05), o professor Sebastião Pinheiro esteve no município de Ji-Paraná, RO, com a turma de Licenciatura Intercultural da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) para a formação de professores indígenas. Dias atrás, entre os dias 27 e 30 de maio, ele esteve no assentamento 14 de Agosto, ministrando uma assessoria sobre agroecologia com o tema “Biopoder Camponês”, uma atividade promovida pela Via Campesina Rondônia.
Em entrevista, ele destacou que “O ideal é que esses professores levem os valores originários para que as crianças cresçam com autoestima elevada, cresçam com sua cultura, mantendo suas tradições culturais. Elas podem continuar sendo como são, com diploma, com formação, sem deixar de ser quem são. Muitas pessoas pensam que eles vão se tornar pessoas comuns, diferentes de sua realidade. A identidade indígena, o patrimônio indígena, a cultura indígena, para nós, é um grande tesouro que temos. E com esse tesouro, podemos construir uma sociedade infinitamente mais rica, mais saudável e culturalmente mais profunda. Nós, brasileiros, pensamos que o Brasil nasceu em 1500, mas ele não nasceu com Cabral. Existe vida no Brasil há mais de 40 mil anos, e precisamos conhecer essa vida, essa cultura. Temos a domesticação do guaraná, da mandioca, do abacaxi, do amendoim; tudo isso faz parte de uma humanidade que reconhece o valor que temos como povo. Precisamos reconhecer essa riqueza, esse patrimônio, porque ele é nossa identidade cultural.”
Sebastião Pinheiro destaca a importância de preservar e valorizar a cultura indígena na formação de professores e na sociedade em geral. Ele enfatiza que os professores devem transmitir os valores e tradições culturais às crianças, permitindo que cresçam com autoestima elevada e orgulho de sua herança. Pinheiro também contesta a visão eurocêntrica da história do Brasil, defendendo o reconhecimento da rica e longa história indígena que remonta a mais de 40 mil anos. Ele argumenta que essa valorização cultural pode levar ao desenvolvimento de uma sociedade mais rica e culturalmente profunda, reforçando a importância de manter a identidade cultural indígena intacta, mesmo com a modernização e a educação formal.
Nesses espaços de formação, o professor tem contribuído para o resgate e o conhecimento da história do território amazônico, além de abordar temas relacionados às mudanças climáticas e ao meio ambiente.