Neste ano, a 15.ª Romaria da Floresta, reuniu em média de 300 devotos que saíram em caminhada para o local onde a missionária católica Dorothy Mae Stang foi assassinada. A caminhada teve início no dia 21 de julho e chegada no dia 23. Os romeiros percorreram 48 km, com saída de Anapu no Pará em estrada vicinal até o local do martírio e contou com 80% de jovens de várias paróquias da Diocese do Xingu.
A 15.ª Romaria da Floresta é uma organização da Comissão Pastoral da Terra – CPT, do comitê da irmã Dorothy, dos movimentos sociais e da Pastoral da juventude da Diocese do Xingu. Nos primeiros dois anos aconteceram os encontros e desde então, todos os anos ocorre a Romaria em seu martírio. A caminhada tem por objetivo a defesa da floresta em pé e faz parte da luta da irmã Dorothy no Projeto de Desenvolvimento Sustentável-PDS Esperança. No local, todos se alojam no barracão ou barracas e para finalizar este momento importante, sempre acontece a missa com o bispo.
O Pe. José Boeing em entrevista ao IPER falou sobre a importância da romaria e como acontece. “A irmã Dorothy foi assassinada no dia 12 de fevereiro de 2015 e já em 2016, aconteceu o primeiro encontro, a partir daí foi sendo organizada a Romaria da Floresta em sua memória. Essa caminhada são 48 km saindo de Anapu no Pará em direção ao PDS – Projeto de Desenvolvimento Sustentável Esperança. A caminhada está dividida em etapa, normalmente, três dias de caminhada. Caminha, almoça nas comunidades, repousa e assim sucessivamente até chegar ao local”.
Dando continuidade, ele destacou como aconteceu esse ano, “neste ano aconteceu do dia 21 de julho até o dia 24 de julho. Dia 23, foi a grande chegada, emocionante, aonde a irmã Dorothy derramou o seu sangue. No dia 24, o bispo do Xingu, Dom João, celebrou a santa missa com a presença do Pe. De Anapu, Josemar, e nós os missionários do Verbo Divino que trabalhamos na região com os indígenas e também apoiando a luta dos trabalhadores rurais, Pe. Patrício Brena e eu o Pe. José Boeing”, concluiu.
Ele também contou que a romaria tem motivado, principalmente, a juventude na defesa da floresta. “Uma experiência muito forte, nossas histórias de luta são grandes e essa romaria têm motivado, principalmente, a juventude a continuar sua caminhada em defesa da floresta, em defesa da vida, em homenagem e memória dos mártires, mas, primeiramente, para que nossa igreja, nossas Comunidades Eclesiais de bases – CEBS, seja cada vez mais forte e unida em defesa dos trabalhadores, dos defensores e defensoras da natureza, criando essa experiência dos guardiões das florestas, com alegria e sempre motivando a todos em defesa da vida e da ecologia integral”, pontou.