Encontro “Cuidando dos Cuidadores” reforça papel da Pastoral da Saúde e os desafios atuais em Ji-Paraná.

Aconteceu o Encontro “CUIDANDO DOS CUIDADORES” nos dias 12 a 15 de setembro de 2024, no Centro Diocesano de Formação, em Ji-Paraná. O encontro, organizado pela Pastoral da Saúde e pelo Instituto Pe. Ezequiel Ramin, contou com a participação de mais de 120 pessoas e teve a assessoria de Edna Amaral, psicóloga, educadora popular e terapeuta naturista, proporcionando um momento especial de troca de conhecimentos e cuidado mútuo. O encontro também proporcionou um momento de reflexão sobre o papel da Pastoral da Saúde, destacando a importância do cuidado com as pessoas que necessitam de apoio e cura. O dom da cura dado a cada pessoa por Jesus Cristo, é visto como uma responsabilidade a ser utilizada em benefício da comunidade.

 

Durante o evento, foram oferecidos atendimentos por diversos cuidadores presentes, com terapias como hipnoterapia, reiki, massagem, biomagnetismo, escalda-pés, bênçãos, benzeduras, abraços, dança, corredor de cuidados, homeopatia, florais de Bach, além de celebrações da Santa Missa com D. Norberto, memórias da caminhada e perspectivas diante de nossa realidade atual.

Lucimar Teixeira, da coordenação da Pastoral da Saúde, destacou o papel da Pastoral como uma iniciativa da Igreja Católica no Brasil, voltada para o cuidado e promoção da saúde com base em três dimensões: solidária, comunitária e político-institucional.

Dimensão solidária: Envolve a presença samaritana junto aos doentes e sofredores, com enfoque na integridade física, psíquica, social e espiritual. Essa ação ocorre em instituições como hospitais, asilos e comunidades, buscando aliviar o sofrimento.

Dimensão comunitária: Refere-se à promoção da saúde e à educação pública, atuando em prol da saúde pública e do saneamento básico. A formação de agentes populares de saúde é destacada como uma troca de saberes e práticas com as comunidades.

Dimensão político-institucional: Atua junto às instituições públicas e privadas para garantir uma política de saúde ética e promover o controle social.

Nesse sentido, alguns desafios foram mencionados, como a resistência em relação ao uso de homeopatia, tanto por parte de médicos quanto de líderes da Pastoral. Foi ressaltada a necessidade de compartilhar conhecimentos e práticas com as comunidades para expandir o alcance da Pastoral.

O encontro também foi uma oportunidade para relembrar memórias da caminhada e refletir sobre perspectivas diante da realidade atual. Um dos pontos destacados foi o fechamento, pela Agência Estadual de Vigilância em Saúde de Rondônia (AGEVISA), da Unidade de Atendimento da Pastoral da Saúde no município de Ouro Preto do Oeste, que possuía a maior variedade de matrizes homeopáticas do estado e uma das maiores da Amazônia. Esse fechamento contribuiu para a desarticulação da Pastoral da Saúde em nível diocesano, afetando 28 municípios, e, a pedido do bispo diocesano, a Pastoral deixou de realizar ou reduziu drasticamente os atendimentos de saúde à população. Portanto, as formações que aconteceram no pós-pandemia e esse encontro marca o início do processo de retomada das ações mais efetivas da Pastoral da Saúde no âmbito diocesano.

Por fim, nos trabalhos em grupo, foram destacados os principais desafios atuais que a Pastoral e seus agentes populares de saúde estão enfrentando. Em um contexto de crises – ambiental, alimentar, hídrica e de saúde mental – as comunidades enfrentam problemas graves, como a escassez de água, queimadas, falta de alimentos e o aumento dos problemas de saúde mental. Além disso, os agentes populares enfrentam a situação de muitas pessoas utilizarem terapias e receitas naturais baseadas em informações online, sem a devida orientação de terapeutas, o que gera confusão e dificulta o acesso a orientações corretas. Um dos grandes desafios é a formação de novas lideranças, com o objetivo de capacitar novos multiplicadores, abrir espaço para a atuação de novas pessoas nas comunidades e, principalmente, envolver os jovens.