A Rede Terra Sem Males marcou presença na Plenária da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) 2024, realizada de 02 a 05 de julho. O evento reuniu participantes para refletir sobre a conjuntura atual, identificando limites e oportunidades para o avanço da agroecologia no Brasil.
Entre os tópicos discutidos estavam a agenda climática, as estratégias em curso e a preparação do campo agroecológico para participação nas próximas Conferências das Partes (COP 29 e 30). Houve também a apresentação e debate da iniciativa “Agroecologia nas Eleições 2024”, focando na mobilização para garantir que políticas públicas favoráveis à agroecologia estejam presentes nas plataformas eleitorais.
O evento visou ainda fortalecer e dar visibilidade ao trabalho do movimento agroecológico em Florianópolis. Atividades de intercâmbio e visitas a experiências de agroecologia e agricultura familiar na região metropolitana foram promovidas, destacando iniciativas como a Revolução dos Baldinhos, o Quilombo Vidal Martins, a roda de conversa sobre comercialização realizada no CCA/CEPAGRO e a Aldeia M’biguaçu. Além disso, houve uma abertura para conversas sobre a realização do próximo Encontro Nacional de Agroecologia (ENA).
Na oportunidade, a representante da Rede no evento conheceu a experiência agroecológica urbana chamada Revolução dos Baldinhos. Essa iniciativa começou em 2008, com o objetivo de resolver um surto de ratos na comunidade. A solução envolveu a separação e coleta de resíduos orgânicos para a produção de compostagem, transformando esses resíduos em adubo e promovendo a agricultura urbana.
No contexto da plenária, a Rede Terra Sem Males também participou da ação de solidariedade às vítimas da tragédia climática no Rio Grande do Sul, realizada em 4 de julho, em Florianópolis. A contribuição da Rede incluiu a doação de sementes crioulas, essenciais para a produção agroecológica, como gergelim preto, gergelim branco, feijão de porco e mucuna.
Durante as atividades, foi reafirmada a importância da agroecologia como um caminho para mitigar os efeitos da emergência climática e combater a fome. Foi enfatizada a necessidade de políticas públicas com orçamentos adequados que atendam às demandas dos povos do campo, das águas e das florestas. A plenária reiterou a reivindicação pela implementação do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo) junto ao Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara), destacando os desafios impostos pelo Ministério da Agricultura (MAPA) para a efetivação do Pronara.