Famílias camponesas estão se desafiando na produção de água com a preservação e recuperação de nascentes em Rondônia.
A ação de recuperação de nascente, desenvolvida por grupos acompanhados pelo Instituto Padre Ezequiel Ramin – IPER, revela que o desmatamento, degradação de solo, assoreamento de rios e nascentes provocado pela agropecuária, resulta em falta de água ou excesso de chuva. Por isso, famílias camponesas que estão adotando a agroecologia como modo de produzir, entendem que é preciso cuidar da água e sem dúvida, dos recursos naturais. Assim, estão sendo realizadas atividades que visa preservar e recuperar as nascentes. As experiências, além da própria recuperação da fonte de água em si, contribuem para manter e reanimar práticas comunitárias, por exemplo, com a realização dos mutirões, as famílias identificam a nascente, cerca, limpa, controla a erosão e refloresta a área, entre outras ações necessárias.
A água é fundamental para satisfazer as necessidades fisiológicas de nós seres humanos, demais animais e natureza, sua falta resulta em dificuldades para todos/as. Nas pequenas propriedades, cotidianamente, existe a demanda de água para produzir alimentos, criação de animais, para cozinhar, higiene e água potável para beber, sem a preservação de nascentes, sem dúvidas, dificulta a qualidade de vida e permanência no campo. Por isso, faz-se necessário atuar para garantir a produção de água, recuperando as fontes e as florestas. Além de contribuir com as gerações futuras, essa ação, pode trazer benefícios produtivos e econômicos para as famílias camponesas.
Atualmente existe a preocupação sobre desaparecimento de nascentes e o aumento do desmatamento na Amazônia. A preocupação se deve, ao estimulo a agropecuária predatória em grande escala e ao pouco investimento (ou nenhum) para desenvolver a agricultura orgânica e agroecológica na região. Assim como, há a identificação de diversos casos de falta de água nas pequenas propriedades, seja pelo desmatamento ou pela contaminação do solo e da água, fatores que consequentemente, contribuem com a seca e o desaparecimento de nascentes, causas que afeta diretamente a produtividade na unidade familiar e da comunidade.
Então, o que é uma nascente? Uma nascente, também conhecida como olho d’água, mina d’água, fio d’água, cabeceira e fonte, nada mais é que o aparecimento, na superfície do terreno, de um lençol subterrâneo dando origem a cursos d’água. As nascentes são fontes de água que surgem em determinados locais da superfície do solo e são facilmente encontradas no meio rural da região amazônica.
Tendo em vista as demandas das unidades familiar (pequenos agricultores) relacionada ao desaparecimento de nascentes e dificuldade do acesso à água, o IPER contribui para que haja recuperação de nascentes que permite a unidade familiar garantir a floresta em pé. Nesta ação continuamos protegendo a biodiversidade da fauna e flora, pois, a água atrai os animais silvestre e pássaros, inclusive, com o incentivo da criação de abelhas e cultivo de sementes nativas.
As águas e as matas são inseparáveis. A vegetação garante à permeabilidade dos solos, decisivo para regularidade e vazão dos rios. Por isso, nossa tarefa como produtores da biodiversidade, da agroecologia devemos cuidar e recuperar nascentes.
Neste dia mundial da água, 22 de março de 2023, o IPER salienta a importância da recuperação das nascentes para a sustentabilidade na Amazônia.