Romaria do Pe. Ezequiel fortalece a resistência, a luta e a esperança na Amazônia

Aconteceu, no dia 24 de julho (último domingo), em Rondolândia a 7.ª Romaria do Pe. Ezequiel Ramin, romeiros/as de vários municípios de Rondônia e de Mato Grosso estiveram presentes. Esta edição teve como tema “Pe. Ezequiel Ramin: testemunho e profetismo na Amazônia” e lema “Gerando vida, resistência e esperança”, e reuniu cerca de 800 romeiros/as.

 

A 7.ª Romaria do Pe. Ezequiel Ramin, dos 37 anos do seu martírio, foi organizada pela Diocese de Ji-Paraná, pela congregação dos missionários comboniano, Instituto Pe. Ezequiel Ramin, Pastoral da Juventude, Comissão Pastoral da Terra, Conselho Indigenista Missionário e Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora. O evento também contou com colaboração de grupos, organizações sociais, demais pastorais e paróquias.

A concentração teve início às 9h da manhã, aproximadamente 3 km da capela na comunidade com o nome do missionário. Durante a caminhada houve três paradas para reflexão e oração. Na primeira parada, os romeiros podem lembrar a realidade em que viveu o pe. Ezequiel Ramin e compará-la com os dias atuais. Assim como, refletir se está tão diferente dos dias em que vivemos. Animadores lembraram que o testemunho e o profetismo do Pe. Ezequiel, se deu na defesa da vida dos pobres do campo, dos Indígenas, dos posseiros trabalhadores sem terra, que lutavam em sua época por um pedaço de terra.

 

Na segunda parada, foi momento de lembrar dos mártires. O Pe. Ezequiel Ramin, fez a opção pelos mais pobres, aceitou sua missão e assumiu-a até o fim. Este foi o momento de lembrar dos mártires da Amazônia que faz parte da história da Igreja Católica.

Na terceira parada, reforça o convite do Papa Francisco aos romeiros/as para se constituir comunidades encarnada na realidade e evangelização libertadora. Com consciência socioambiental, na busca de uma sociedade mais fraterna e num compromisso evangelizador que abrange a totalidade da vida.

Ao chegar na Capela, os romeiros partilharam o almoço. Na parte da tarde, aconteceu a missa, presidida pelo bispo da Diocese de Ji-Paraná, Dom Norberto Hans Christoph Foerster e concelebrada pelo Arcebispo da Arquidiocese de Porto Velho, dom Roque Paloschi. Também esteve presente padre, freiras, irmãos e seminaristas que contribuíram com a celebração. No ato contínuo, o Dom Norberto abençoou as sementes crioulas e nativas, houve a troca e doação de sementes pelos romeiros/as num ato de compromisso da multiplicação da vida.

O ato das sementes possibilitou a troca de variedades produzidas por famílias camponesas e indígenas. Foram sementes crioulas e nativas de leguminosas, oleaginosas, de hortaliças, frutíferas, de ervas aromáticas e medicinais e das essências florestais amazônica. Ao receber a bênção, os romeiros fizeram a troca e retornaram fortalecidos na espiritualidade e na luta com a esperança e com a tarefa de semear resistência para próxima Romaria.