Em 2024, o Instituto Padre Ezequiel Ramin (IPER) está realizando uma formação continuada em agroecologia, promovendo o aprendizado teórico e prático entre comunidades rurais e outros grupos interessados. A colaboração com o militante e professor Laércio Cavalcante, que tem orientado as etapas virtuais, está proporcionando um grande impacto nos encontros presenciais, realizados nos municípios. Flávia, colaboradora do IPER, compartilhou os detalhes dessas atividades transformadoras.
“O trabalho tem sido muito importante”, afirma Flávia. “Nós começamos com três módulos virtuais para mobilizar os participantes de diferentes regiões e preparar o terreno para as práticas presenciais, que começaram a ocorrer no final deste ano.” O objetivo da formação é ensinar os princípios da agroecologia e do sistema agroflorestal, abordando desde o manejo do solo até a nutrição das plantas. Laércio, engenheiro florestal e especialista em sistemas agroflorestais, tem desempenhado um papel fundamental na transmissão desses conhecimentos.
Nos dias 16 e 17 de dezembro, aconteceu o encontro em que Flávia, Laércio e os participantes se reuniram presencialmente no Sítio São Francisco, em Pimenta Bueno, para a implantação prática de um sistema agroflorestal. Laércio explicou: “Desde a metade do ano, realizamos atividades virtuais para abordar a parte teórica sobre agroecologia, seus princípios básicos e o manejo dos sistemas agroflorestais. Em Pimenta Bueno, implantamos um sistema agroflorestal, aplicando os princípios discutidos nas aulas virtuais.”
A prática no Sítio São Francisco foi enriquecedora, com a implementação de várias técnicas essenciais para o desenvolvimento do sistema agroflorestal. Laércio detalha: “Na prática, abordamos a estratificação das plantas, a sucessão das espécies, e o desenho agroflorestal. Focamos na criação de um canteiro para hortaliças, utilizando mais de 10 espécies, além de gerar biomassa para o sistema. O objetivo era mostrar como a agrofloresta pode ser usada para gerar alimentos e melhorar a saúde do solo ao mesmo tempo.”
Flávia, por sua vez, destaca o impacto positivo da experiência, não só para os participantes das formações, mas também para a comunidade local. “Foi emocionante ver como a participação da comunidade foi além das expectativas. A troca de saberes entre gerações e a colaboração de todos no processo foram fundamentais”, explica. O evento no Sítio São Francisco também foi um espaço de integração entre diferentes grupos, como membros da Comissão Pastoral da Terra e da Rede SEMEAR, que uniram forças para aprender e praticar.
Laércio também compartilhou suas impressões sobre o impacto da experiência: “O momento mais marcante foi ver a curiosidade dos agricultores. Eles começaram a entender como o sistema agroflorestal pode ser implementado na prática e perceberam que o conhecimento estava ao alcance deles o tempo todo. A alegria e o desejo de aplicar o que aprenderam foi muito satisfatório. Alguns participantes disseram que a primeira coisa que fariam ao chegar em casa seria implantar o sistema agroflorestal em suas propriedades.”
Ao final, cerca de 24 pessoas participaram ativamente da formação, que foi um grande sucesso. A atividade não apenas promoveu o aprendizado técnico, mas também fortaleceu os laços comunitários, ajudando a resgatar práticas antigas e integrando as novas gerações em um trabalho coletivo em prol de um futuro mais sustentável. O evento no Sítio São Francisco é um exemplo claro de como a educação em agroecologia pode transformar as práticas agrícolas e gerar um impacto duradouro nas comunidades locais.